Considerando-se a conjuntura atual, com atenção especial à vida universitária, se percebe a forte tensão vivida pelos jovens quanto ao viver acadêmico e inseguranças para com o futuro. Segundo o Professor Marcelo Tavares, fundador e coordenador do Núcleo de Intervenção em Crise e Prevenção do Suicídio na UnB, “certamente a universidade não é um ambiente emocional seguro” [1]. Segundo ele, os estudantes estão expostos a “violências” do fazer acadêmico, com exigências tais como aulas remotas e carga horária inadequada que impedem que o estudante concilie atividades de cuidado com a saúde, com o risco de não entregarem uma atividade, por exemplo. Ele se vê então, tomando a escolha de sacrificar sua saúde, o que é recompensado pelas autoridades [2]. O estudante ainda está exposto a todas as outras violências, às quais já somos submetidos independentemente da vida universitária [3, 4].
A proposta do Evento Saúde Mental para Agir surge então como um chamamento a toda comunidade universitária para trabalharmos na promoção da saúde e do desenvolvimento universitários, com o trabalho em rede e o fortalecimento interior para assegurarmos o respeito aos direitos humanos e o bem-estar coletivo nas nossas ações.
O objetivo é iniciar um movimento de cultura de valorização da vida na universidade para que os seus membros tenham suporte da rede nas suas atividades de transformação social e universitária, e façam ações de interesse comum entre eles. Esse movimento será inaugurado com o evento Saúde Mental para Agir, que contará com dinâmicas para manutenção e desenvolvimento dos vínculos e da saúde mental, seguidos da investigação de potencialidades e partilha de caminhos possíveis para atuação nas lutas, para que consigamos fazer as transformações que queremos no mundo conectados aos valores humanos. Além disso, o evento contará com palestras, a apreciação do instrumento da ANPG para mapear as violências e o sofrimento mental nas universidades, e o lançamento da Rede para Humanização das IES (RHIES).